1 de ago. de 2011

( BLOG DO RICK ) NOSSO CRUZEIRO MITOLÓGICO BÁLTICO


Nosso primeiro dia de cruzeiro nos trouxe a Warnemunde, uma ensolarada cidade a beira mar na costa da Alemanha. Aparentemente, a família de Becky nasceu aqui perto. Seus pais nos contaram que estaríamos viajando direto para a terra de seus ancestrais. Eles nos alertaram que os dinamarqueses tiveram uma reputação ruim nos velhos tempos de invadir fazendas alemãs e levar espólios de guerra consigo. Tenho o prazer de informar que não encontramos nenhum invasor Vinking, apenas um monte de famílias alemães de férias, desfrutando da praia e da bela cidadezinha.
Andamos ao redor da praça e não tivemos muitos problemas para perguntar as coisas. Vários alemães falam pelo menos alguma coisa de inglês, e percebemos que sorvete é uma palavra que se consegue entender em qualquer idioma. Vimos muitas barracas de flores, vendedores de frutas frescas, cafés e lojas de roupa funk com muitos vestidos tingidos, joalherias New Age e bolsas bordadas para equipar um exército de hippies. Uma das lojas alemãs que recebiam turistas estava vendendo uma camiseta que dizia “New York”, o que foi bastante bizarro. Warnemunde foi uma das cidades mais simpáticas que visitamos. Uma multidão veio para acenar em despedida quando nosso navio zarpou ao pôr-do-sol. Como você pode ver na foto, era realmente um pôr-do-sol.
         
No dia seguinte chegamos a Gdansk, Polônia. Eu não tinha ideia do que esperar deste lugar. Eu sabia muito pouco sobre a cidade, exceto que o movimento de Solidariedade começou aqui, na década de 80. Isto provou ser a primeira rachadura na Cortina de Ferro, o começo do fim para o bloco soviético. Nós vimos muitas sobras de tempos comunistas – blocos de casas e apartamentos deprimentes, áreas industriais às cinzas, ferros-velhos e lojas decadentes. No entanto Gdansk também tinha muitas áreas bonitas: colinas florestadas, parques, avenidas ladeadas de árvores, e um centro da cidade lindo que foi restaurado a sua antiga glória após ser fortemente bombardeada durante a Segunda Guerra Mundial.
Você provavelmente não esperaria ver vários deuses gregos na Polônia, mas eles estão em todo o lugar. Na rua central da velha cidade de Gdansk, um dos monumentos mais famosos é a fonte de Netuno. O Tridente de Poseidon é incrível. Cada ponta da lança se divide em três pontos menores, os quais saem água. Você tem que amar aquele rabo de peixe, colocado estrategicamente, a ponto de garantir que a modéstia de Poseidon não fosse colocada a prova.
                                                                 
O resto do panteão grego decora o topo dos edifícios. Hermes e Hefesto, simbolizando o comércio e a indústria, estavam em todo o lugar:
                                  
Atena e Zeus, ambos folheados a ouro, olhando para baixo de um telhado:
                                    
Polônia era o último lugar que eu esperaria ver tanta mitologia, mas isso só mostra como os deuses gregos são difundidos. Muitas nacionalidades têm usado o simbolismo, uma vez ou outra, para enfatizarem suas próprias grandezas, e reforçam sua ligação com a Grécia Antiga e Roma.
Nós partimos da Polônia para um cenário completamente diferente – a cidade de Visby, na ilha de Gotland, parte da Suécia. Aqui, eu me senti muito mais perto da mitologia nórdica. O dia estava frio e nublado, com um leve chuvisco. Nós rapidamente nos perdemos nas sinuosas ruas de paralelepípedos da velha cidade.
                                                     
Eu poderia imaginar facilmente os Vinkings vivendo lá, seus botes amarrados ao porto e navegando nas ondas frias e agitadas. O clima é ameno para os padrões do Báltico, que faz florescer rosas e outras flores por toda a ilha. Toda casa e porta pareciam ser enfeitadas com plantas florescendo.
                                                         
A catedral tinha gárgulas incríveis que me lembraram Bes, o deus da gárgula original. As torres de madeira me lembraram a velha tradição Vinking de construir seus edifícios importantes a partir de cascos de navios de guerra.
                         
Nós realmente gostamos de explorar a ilha, e o mais importante, descobrimos lakrits – corda de alcaçuz de muitos sabores e cores diferentes – que são vendidos por ambulantes em toda a Suécia. Nham!
Nos dias que se sucederam exploramos os estados bálticos da Letónia e Estónia. Ambas pareciam menos turísticas que as outras paradas do cruzeiro. Na cidade de Riga, eu me surpreendi com a quantidade de pessoas que falam inglês. Tenho para mim que há pouco tempo este era um país comunista, e viajar aqui seria muito difícil. Riga é uma belíssima e antiga cidade com igrejas de pedra, lojas artesanais e um parque ribeirinho onde você pode alugar um pedalinho, comprar um refrigerante, ou simplesmente passear pelos jardins e ver os patos n’água. Um dos pontos turísticos de Riga é a “casa do gato preto”, nomeado para o gato de metal do telhado. Por que ele é famoso? Não sei. Só é difícil de não ver!
                                                              
Talinn, Estônia passava uma sensação urbana. Encontramos mais shoppings, mais restaurantes, e poderíamos dizer que a vida noturna era um pouco mais ousada, apesar de viajar com a família, isso não é algo que eu procurava. Recebi uma ótima dica de uma pizzaria – uma cadeia regional chamado Vapiano. Deliciosa!
                                                       
Prosseguindo com nosso cruzeiro: o lugar que eu esperava mais ansiosamente – São Petersburgo, Rússia. Se você leu “The Throne Of Fire”, você sabe que a cidade aparece em destaque nas “Crônicas dos Kane”, e eu estava ansioso para explorá-la em primeira mão.
Se você tiver a chance, vá. A cidade é incrível. Ao contrário dos outros lugares que visitamos, onde a história foi da era medieval até o presente, São Petersburgo foi uma cidade planejada, fruto da imaginação de Pedro, o Grande, que queria dar à Rússia uma presença naval no Báltico. Projetada e construída em 1700, grande parte da cidade parece congelada nesse período ainda – fileiras de residências urbanas em tom pastel do século XVIII, longos palácios, largos canais com pontes decoradas primorosamente, catedrais e monumentos públicos. A única outra cidade que eu posso pensar que veria uma visão tão uniforme quanto essa seria em Bath, Inglaterra.
                                    
Nossa primeira parada foi no palácio do príncipe Yussupov, mais conhecido como um dos conspiradores que assassinaram Rasputin, o monge louco e assessor da czarina. O palácio tem calçadas cheias de imagens gregas e egípcias – de lustres de Ártemis e Apolo para a estátua de Dionísio no salão de festas aos detalhes da Esfinge na mobília.
           
Foi assustador ver o quarto do porão minúsculo onde Rasputin foi convidado para jantar, envenenado, espancado, esfaqueado, baleado, etc. (o cara simplesmente não queria morrer) Embora eu ache que o Rasputin de cera tenha tirado um pouco da atmosfera do lugar.
                                                 
Nós certamente temos uma ideia de como a vida era opulenta para a nobreza Russa. Uma das mulheres Yussupov decidiu que queria atuar. Uma vez que teria sido escandaloso se ela fosse atuar em público, a família construiu um teatro privado no palácio. Ainda bem que ela não queria caçar elefantes.
                                                        
Quando passamos através da cidade no cruzeiro, vimos ainda mais mitologia grega. O caduceu de Hermes estava em todo o canto – símbolo do comércio.
                                                        O Tridente de Poseidon também estava em todo o lugar, já que Pedro, o Grande queria enfatizar o poder marítimo da Rússia. Eu especialmente gosto do tridente em cima do topo de um Obelisco – que grande mistura Greco/Romana!
                                                           
Uma ponte foi decorada com o Hipocampo. Outra foi forrada com o Aégis de Zeus, completada com a cabeça da Medusa. E, obviamente, passamos pelas Esfinges mencionadas em “The Throne Of Fire”, bem como o palácio do príncipe Menshikov, que realizou o infame casamento anão para entreter o czar.
No próximo dia, fizemos uma viagem ao Hermigate, um dos maiores e melhores museus do mundo. Dizem que levaria cerca de oito anos para ver a coleção inteira, e eu acredito nisso. Felizmente, começamos na sala que eu mais queria ver – a sala egípcia, onde a entrada secreta para o Nomo da Rússia é encontrada em “The Throne of Fire”. Eu tenho minha foto tirada no local da cena do crime, e também com um vaso de malaquita gigante como o usado para aprisionar Set.
                           
Depois de visitar os egípcios, fomos ver os gregos e romanos – outra coleção fantástica de deuses e monstros. Eu saí com César Augusto, disse oi a Apolo e Ganimedes, e quis saber o que Poseidon estava servindo como lanche em seu prato (mármores? Doces?) no mosaico – uma réplica exata de um mosaico do palácio de um imperador romano.
                                                              
            
O Palácio de Inverno – parte do Hermitage – foi o lar do czar no verão. Difícil de acreditar, mas o lugar faz com que o palácio de Yussupov pareça humilde. Cada sala parecia maior e mais grandiosa que as anteriores. É difícil capturar esse sentimento em fotografias. Os laços simbólicos com os Romanos eram óbvios – coroas de louros e águias. Qualquer romano teria reconhecido que estava no palácio de um imperador.
Em nosso último dia em São Petersburgo, nós rodamos pela estrada do metrô e levamos algum tempo fazendo compras. Eu visitei Nevsky Prospect, a rua principal, e encontrei o Museu do Chocolate – um dos lugares favoritos de Bes. Eu realmente comprei um chocolate no formato da cabeça de Vladimir Lenin. Eles tinham uns maiores, mas eu escolhi a versão menor de modo que caberia em minha mala.
                                    
Naquela noite, zarpamos de São Petersburgo, voltando para a Escandinávia e para o final de nosso tour. Mal eu sabia, o melhor ainda estava por vir! Mais sobre isso em meu próximo post.
Fonte e Tradução: Percy Jackson BR

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